Fizemos um artigo no passado, explicando a importância de se aplicar o torque correto em parafuso.
Apresentamos o conceito da força de pré carga que é gerada pela aplicação do torque, sendo essa força a mais importante para ser controlada em uma união parafusada.
Alguns métodos utilizados para “controlar” a força de pré carga são detalhados abaixo:
Os métodos mais precisos para a verificação da força de pré carga são os dois últimos da tabela acima (Alongamento e Extensômetro).
Neste artigo vamos apresentar o passo a passo para instalar o extensômetro em parafusos, para que no final seja possível ter um parafuso sensorizado pronto para o uso em alguma aplicação especifica onde seja necessário medir a força de pré carga.
Ao final de todas as etapas ele ficará como mostra a imagem abaixo:
Figura 1 - Parafuso sensorizado pronto para uso.
O extensômetro é instalado em um furo realizado no centro do parafuso, de acordo com a imagem abaixo:
Figura 2 - Extensômetro instalado dentro do furo do parafuso.
O passo a passo para a instalação do extensômetro no parafuso é o seguinte:
Figura 3 - Extensômetro sendo inserido no furo .
Figura 4 - Conexão com o fio externo.
Figura 5 - Parafuso sumetido a ensaio de tração para calibração do sensor.
Figura 6 - Setup para medição do parafuso sensorizado.
Figura 7 - Torque sendo aplicado no parafuso sensorizado.
A resposta de deformação do sensor durante a aplicação do torque pode ser visualizada abaixo:
Figura 8 - Gráfico de Deformação x Tempo.
Multiplicando a deformação pelo coeficiente de calibração, é possível obter a resposta da força de pré carga aplicada, conforme é mostrado abaixo:
Figura 9 - Gráfico de Força de Pré Carga x Tempo.
Em qualquer projeto que haja parafusos, o torque é calculado a partir da força de pré carga necessária para garantir que a união não se separe e que não haja flutuações de tensão no parafuso (já falamos sobre isso em nosso artigo).
No final das contas, o torque é uma maneira mais fácil, rápida e barata de se controlar, entretanto pode não ser preciso o suficiente.
Agora, faremos o inverso, vamos aplicar 30N.m no parafuso sensorizado e calcular a força de pré carga teórica para posteriormente compará-la com o valor obtido pelo sensor.
Figura 10 - Torque sendo aplicado no parafuso.
Para o experimento, utilizamos um torquímetro de vareta, que não é nada preciso devido principalmente a sua dificuldade de medição.
Figura 11 - Marcação de 30N.m no torquímetro.
A força de pré carga teórica pode ser calculada pela equação abaixo:
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O coeficiente de torque depende da maciez da superfície, acurácia e grau de lubrificação, em outras palavras, é um coeficiente que mede todos os atritos envolvidos durante o aperto do parafuso.
A grande variação das amplitudes de pré carga, se dá por conta dos valores que podem ser utilizados para este coeficiente. Já é fácil imaginar que esse fator pode variar drasticamente se a rosca de um parafuso estiver limpa ou suja, lubrificada ou enferrujada, e assim por diante.
Geralmente, o valor do coeficiente de torque nominal é adotado entre 0,15 a 0,3. Para este experimento adotaremos 0,2.
Fazendo esse cálculo para o parafuso em questão, temos:
De acordo com o gráfico de pré carga do parafuso sensorizado, o valor da pré carga relativo aos 30N.m é obtido no patamar mostrado abaixo:
Figura 12 - Força de pré carga do parafuso sensorizado.
O valor de pré carga é de 7.140,0N.
Fazendo o comparativo entre os valores de pré carga obtidos pelo torquímetro de vareta e o parafuso sensorizado, temos:
A variação é maior que 100%!!
A interpretação desses valores deve ser feita da seguinte forma:
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Conseguiu entender na prática? Se ficou alguma dúvida, deixe seu comentário...
Não é à toa que empresas automobilísticas, aeronáuticas entre outras que precisam garantir um torque correto em componentes gastem milhões para controlar esse parâmetro.
A Ensus é especializada na fabricação de parafusos sensorizados, podendo oferecer o serviço de instalação, calibração e medição de parafusos de acordo com a especificação do cliente.
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